terça-feira, 18 de novembro de 2014

Erros!

Elisa cometeu muitos erros. Todos nós cometemos. Mas muitos deles poderiam ser evitados apenas por pensar um pouco mais antes de agir. E com Elisa foi assim.
Talvez o primeiro erro dela foi não pensar nas consequências de suas ações. Era uma criança hiperativa, não aceitava um "não" como resposta. Queria tudo o que via em sua frente, e berrava quando não conseguia o que desejava. Seus pais, bem, eles tentavam satisfazer esses desejos, mas a situação financeira da família não era das melhores. A ingratidão de Elisa cresceu junto com ela, e aos 11 anos, era quase insuportável ter convivência com a mesma. Sim, ela tinha irmãos. Esses já não eram tão escandalosos, e por esse motivo ficaram em segundo plano.
Se ela tivesse uma oportunidade para fazer algo, ela fazia sem pestanejar. E, caso contrário, Elisa ficava amuada por quase uma semana. Porém, não pensava no mal que causava às pessoas. "Obrigada", "por favor" e "desculpa'' não existiam no vocabulário da jovem.
Mas o tempo passou, e a vida não realizou todas as vontades de Elisa. Aos 19 anos se envolveu com um rapaz muito bonito, porém ele não se importava com o sentimento dos outros, muito menos com os de Lisa. Sem pensar, foi morar com ele, achando que teria a melhor vida do mundo, mas não foi bem isso que aconteceu.
Engravidou, foi expulsa da casa do "namorado", e teve de voltar atrás. Ela não queria voltar, afinal, para ela, seus pais eram "caretas" e ela merecia coisa melhor. Sem sequer um real em mãos, não teve outra opção, e lá foi ela enfrentar os pais. Enfrentar? Não, foi obrigá-los a pagar um aluguel em um bom apartamento, ela não suportaria viver ali novamente. Um mês depois descobriu que estava grávida. Um bebê? Esse não era o plano da mimada. Preferiu abortar, como sempre fez, fugiu da situação. 
Sua mãe morreu dois anos depois, e ela sequer foi no enterro. Seu pai, a essa altura, já a odiava, e parou de bancar seus caprichos. Sem nada em mãos, resolveu que já era hora de casar-se, e isso fez. Seu marido era 16 anos mais velho e muito rico, poderia sustentar todos os seus luxos. Teve duas filhas. A mais velha era mais tímida e calma. A mais nova era a fotocópia de Elisa. E para a última que a mãe voltou sua atenção, fazendo todos os seus gostos, passando sua "experiência"" para a pequena.
Ela pensava que estava sendo boa, mas estava reproduzindo o erro de seus pais, que deixaram ela se tornar assim, pensando pouco, agindo muito. E a recompensa de Elisa? Aos 60 anos, já sem as forças e beleza da juventude, vive acamada, por conta de uma doença crônica. Sua filha mais velha, "a rejeitada", vêm vê-la todos os dias. A mais nova? Bem, essa deve estar repetindo os erros da mãe em alguma boate chique.

~Kate

2 comentários:

  1. Adorei o texto! Uma lição, né? Tudo que vai, volta!

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