sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Coração: meu mau guia!

Por Dora  (personagem fictícia)
Eu acreditei. Sinceramente, eu pensava que seria feliz seguindo meu coração. Acho que fui enganada. Todos aqueles filmes, novelas e comerciais estavam errados. Meu coração me traiu novamente. Eu ainda não sei porque continuo a segui-lo, é quase certo o desastre.
Me apaixonei por ele, sabia que era mulherengo e que ficava com todas as garotas da escola. Mas eu gostava dele mesmo assim, apesar que ele nunca tinha olhado para mim. Fui tola. Iludi-me, meu coração me iludiu. Comecei a me arrumar para chamar mais atenção, estava mais bonita, estava ciente disso. Mu plano deu certo. Ele me olhou, e quis ficar comigo. Ele foi o primeiro do qual realmente gostei e eu nunca tinha ficado com ninguém antes. Pensei por alguns instantes. Minha mente dizia: não faz isso, ele é um cafajeste e seus pais vão ficar magoados se souberem. Mas o traíra do meu coração mandava: você gosta dele, e agora ele gosta de você também, fique com ele que ele se apaixonará e depois vocês serão felizes juntos, seus pais não precisam saber. Tão inexperiente, aceitei. Pensei que ele seria meu, mas não foi isso que aconteceu. Foi uma única vez, não se repetiu. Ele não me quis, e ainda espalhou calúnias sobre mim. E depois? Tinha engravidado. Estava no último ano do colégio e sonhava em entrar em uma universidade. Mas os sonhos foram por água abaixo. Como esconder essa gravidez? Era impossível. Não queria abortar, se bem que meu coração cogitou essa possibilidade, mas dessa vez não deixei que ele ganhasse.
No dia que tive de contar para meus pais, senti um nó na garganta, pensei em desistir. Fui em frente. Eles ficaram chocados, decepcionados, mas disseram que me apoiariam. Resolvi que cuidaria do meu bebê e assim o fiz. Kawan tem três anos, e é um menino muito esperto. Só não me arrependo totalmente do que fiz na adolescência por causa dele, mas ele me faz lembrar que não devo simplesmente seguir meu coração.

sábado, 22 de novembro de 2014

Um dia sem água...

    Imagine como seria um dia em que não houvesse água em lugar algum. Sim, seria horrível. Tente fazer um quadro mental desse dia, pelo menos por alguns instantes:
    O sol abrasador bate na janela do seu quarto e sua luz e calor penetram no seu rosto, fazendo-te acordar. Abre os olhos aos poucos para não machucar a visão. Então, você começa a perceber que sua boca está seca e que precisa de líquido. Levanta-se, vai até a geladeira, e quando abre, leva um susto.
    Ali não há nenhuma garrafa de água, nem de suco, e até mesmo a vasilha de leite está seca. Você acha estranho, mas pensa que seu irmão pode ter bebido tudo aquilo- afinal, ele tem muita sede, e nunca pensa nos outros. Porém, aos poucos percebe que não é apenas a geladeira que está em falta de água. A torneira, que outrora jorrava água, já não é capaz de soltar nem mesmo poucos pingos de água. Não há nada no chuveiro, no lavabo, em lugar algum.
     O desespero começa a bater, não imaginava que isso aconteceria, não em sua casa, não com você. Não há ninguém em casa, todos saíram bem cedo. Você corre até o jardim, e a imagem que passa em seus olhos aumenta os batimentos de seu coração. Todas as belas cores que haviam no jardim em dias anteriores foram substituídas por uma espécie de marrom que denuncia a morte daquelas espécies inocentes, um quadro perfeito de devastação.
   Com um espanto ardente, você corre em direção à rua, e a cada instante, todas as suas emoções negativas começam a surgir de uma maneira assombrosa. As pessoas estão estiradas ao chão, sem forças para levantarem-se. Sem tempo de perguntar o que aconteceu, você percebe um esgotamento de suas próprias energias. Sim, todos começam a morrer.
   Imagine esse dia. Você sabe que não aguentaríamos a falta de água. Talvez pense que isso não aconteceria em um só dia. E está certo. Muitos já morrem com a falta de água todos os dias. Não é apenas um dia, não. Desde já, a escassez de água tem ameaçado várias espécies, incluindo a humana. No entanto, poucos percebem esse risco. Pouquíssimos pensam que um dia vivenciarão a cena descrita acima. Mas e você? Pense por mais alguns instantes no dia em questão. Se coloque nele. O que poderia ter feito para evitar, ou adiar essa situação? Agora, volte à realidade. Pense nos minutos que pode economizar no banho, ou enquanto escova os dentes. Quanto pode ser economizado? Bem, talvez não muito, apenas o suficiente para viver com água por muitos anos. Sim, sua parte já mudará muita coisa.

~Kate

Apenas "amigos"...

Já se passaram alguns segundos desde o beijo e a declaração, e eu simplesmente não sei o que fazer. Acho que estou uma cara de boba, sem reação, pois aqueles olhos verdes não param de fitar meu semblante.
 Ryan é meu melhor amigo há muito tempo. Quer dizer, era. Não sei mais o que ele representa para mim. Como pude ser tão idiota e fazê-lo sofrer? Se eu pensasse um pouco mais perceberia que o que ele queria não era apenas uma amizade. Ele era ciumento, fechava a cara sempre que eu falava de um menino que eu gostava. Mas eu pensava que era apenas um carinho de irmão, nada mais que isso. Imagino o quanto devia estar sofrendo ao me ver chorando por um rapaz que "não vale nada" e ele sem saber o que dizer.
Eu estou confusa, muito confusa. Ryan sempre me fez sorrir, eu vivia um outro "mundo" ao seu lado, onde tudo era bem mais fácil. Quando minha mãe morreu, foi no seu colo que encontrei conforto. Ele que me fez sorrir quando tive minha primeira decepção amorosa, e isso foi há quase 10 anos. Meu "amigo" que me ajudava nas matérias que tinha dificuldade, ele sempre teve paciência. E é por esse motivo que me sinto uma completa idiota. Os outros só queriam se aproveitar de mim, ele não. Seu desejo era me ver feliz, mesmo ao lado de outra pessoa, e por isso demorou tanto para se declarar.
Sei que ele espera uma resposta, está inquieto, e o silêncio reina nesse momento. Eu o observo, também desejo uma resposta. Eu consigo amá-lo do mesmo jeito que ele me ama? Eu o amo?
Lembro-me dos meus 14 anos, há pouco mais de 7 anos. Eu era apaixonada por ele. Mas não tinha coragem de contar isso para Ryan. Guardava todo esse sentimento para mim. Pensava ser impossível ele gostar de mim dessa forma, sendo 4 anos mais velho. Quão enganada eu estava!
Paro por um momento e percebo que eu também amo o meu amigo, apenas queria negar esse sentimento. Por anos procurava uma pessoa que se parecesse com ele. Meu primeiro namorado tinha os olhos verdes, tais como os de Ryan. O segundo gostava de escrever, como meu amigo gostava. E agora, sabendo do amor dele por mim, por que estou perplexa e sem ação? Não sei, mas percebo que ele também está confuso, a ponto de romper o silêncio. Mas tomo coragem e digo:
- Eu também te amo, desde os 14 anos sou apaixonada por você, mas nunca te disse isso, pois
pensava que você jamais me amaria dessa forma. Eu estava enganada e agora te peço perdão por ter te feito sofrer.
Ele não me responde, apenas se aproxima e me beija, um beijo muito mais lento que da primeira vez. E em meio ao beijo me diz:
- Casa comigo Clara Benz?
Só consigo responder um "caso" sofrego. Ryan me ergue e promete me fazer a mulher mais feliz do mundo. Acho que já me considero a mulher mais feliz do mundo nesse momento e espero continuar assim todos os dias que tiver ao lado do meu ''amigo"!

~Kate

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Erros!

Elisa cometeu muitos erros. Todos nós cometemos. Mas muitos deles poderiam ser evitados apenas por pensar um pouco mais antes de agir. E com Elisa foi assim.
Talvez o primeiro erro dela foi não pensar nas consequências de suas ações. Era uma criança hiperativa, não aceitava um "não" como resposta. Queria tudo o que via em sua frente, e berrava quando não conseguia o que desejava. Seus pais, bem, eles tentavam satisfazer esses desejos, mas a situação financeira da família não era das melhores. A ingratidão de Elisa cresceu junto com ela, e aos 11 anos, era quase insuportável ter convivência com a mesma. Sim, ela tinha irmãos. Esses já não eram tão escandalosos, e por esse motivo ficaram em segundo plano.
Se ela tivesse uma oportunidade para fazer algo, ela fazia sem pestanejar. E, caso contrário, Elisa ficava amuada por quase uma semana. Porém, não pensava no mal que causava às pessoas. "Obrigada", "por favor" e "desculpa'' não existiam no vocabulário da jovem.
Mas o tempo passou, e a vida não realizou todas as vontades de Elisa. Aos 19 anos se envolveu com um rapaz muito bonito, porém ele não se importava com o sentimento dos outros, muito menos com os de Lisa. Sem pensar, foi morar com ele, achando que teria a melhor vida do mundo, mas não foi bem isso que aconteceu.
Engravidou, foi expulsa da casa do "namorado", e teve de voltar atrás. Ela não queria voltar, afinal, para ela, seus pais eram "caretas" e ela merecia coisa melhor. Sem sequer um real em mãos, não teve outra opção, e lá foi ela enfrentar os pais. Enfrentar? Não, foi obrigá-los a pagar um aluguel em um bom apartamento, ela não suportaria viver ali novamente. Um mês depois descobriu que estava grávida. Um bebê? Esse não era o plano da mimada. Preferiu abortar, como sempre fez, fugiu da situação. 
Sua mãe morreu dois anos depois, e ela sequer foi no enterro. Seu pai, a essa altura, já a odiava, e parou de bancar seus caprichos. Sem nada em mãos, resolveu que já era hora de casar-se, e isso fez. Seu marido era 16 anos mais velho e muito rico, poderia sustentar todos os seus luxos. Teve duas filhas. A mais velha era mais tímida e calma. A mais nova era a fotocópia de Elisa. E para a última que a mãe voltou sua atenção, fazendo todos os seus gostos, passando sua "experiência"" para a pequena.
Ela pensava que estava sendo boa, mas estava reproduzindo o erro de seus pais, que deixaram ela se tornar assim, pensando pouco, agindo muito. E a recompensa de Elisa? Aos 60 anos, já sem as forças e beleza da juventude, vive acamada, por conta de uma doença crônica. Sua filha mais velha, "a rejeitada", vêm vê-la todos os dias. A mais nova? Bem, essa deve estar repetindo os erros da mãe em alguma boate chique.

~Kate

domingo, 16 de novembro de 2014

Impotência diante do fogo!

Por Carlos*

     Ele era meu melhor amigo. Praticamente fomos criados juntos, tínhamos as mesmas aspirações, e foi isso que nos fez entrar para a carreira de bombeiros. Ele foi testemunha no meu casamento com Diana, e casou-se dois meses depois com a irmã dela. Foram muitos momentos bons. Até hoje me lembro de quando fui contar para meu amigo que minha esposa estava grávida, ele quase caiu de costas, porque ele ia me dar a mesma notícia, Dafne, sua esposa, também estava grávida. As nossas princesas nasceram quase no mesmo dia. E agora, cinco anos depois, eu olho para aquele fogo, sentindo-me impotente diante da situação.
     Chegou o fim do meu amigo. Aquele maldito incêndio tinha acabado com mais uma vida. Sempre que isso acontecia, ficávamos chocados e abalados. Mas agora é diferente, a dor no meu peito é maior. Sinto-me tão impotente, não posso salvar "meu irmão". Se eu pudesse, eu iria no lugar dele. Porém, pensando melhor, o que adiantaria? Eu também deixaria minha família aqui, sofrendo por mim. E depois? Não sei, sinceramente, não sou capaz de definir o que aconteceria. Pensei em entrar lá na hora que percebi que ele não respondia mais, mas seríamos dois, e não um morto. Era impossível salvá-lo a tempo.
     Estou sentado no carro dos bombeiros, em estado de choque. Não sei o que fazer. E a esposa dele? Sua filhinha? Marianne tinha acabado de completar cinco aninhos, como reagirá ao saber que nunca mais verá o pai? São perguntas sem respostas. Uma lágrima desce em meu rosto cheio de cinzas, e eu não impeço as demais de fazer o mesmo. O que eu mais quero nesse momento é me encontrar e abraçar Diana e Luana, minha princesinha, e orar para não ser o próximo. É a única coisa que posso fazer diante imensidão vermelha e amarela que consumiu vários de meus amigos e pessoas que deixaram de continuar suas histórias.
* Personagem fictício.
~Kate

Senhora música

 Estava caminhando pela rua quando vi uma garotinha de pouca idade a cantarolar. As palavras não tinham significado entre si, - algumas não existem não existem no dicionário- mas para ela a melodia que saia de sua boquinha avermelhada era a mais bela do mundo. 

   Essa cena intrigou-me, não por ser a primeira vez que vi uma criança cantando, mas porque parei para pensar em como a música é importante para nós. Enquanto meditava nisso, passou um rapaz com um aparelho de som portátil, fazendo movimentos de acordo com a música. 
    Nesse momento percebi a ligação da música com os humanos. Somos os únicos que tendem a criar ritmos e apreciar a música. Os animais emitem sons, porém não têm a capacidade de rimar, apreciar melodias. 
    Alguns discordam, dizem que os animais podem dançar e ter relação com a música. Porém, esse dom não é nato, como no nosso caso. Na realidade, eles só conseguem desenvolver tais capacidades com a ajuda do homem, em treinamentos.
    Comecei a pensar também nas preferências de cada um. Somos diferentes: temos gostos, hobbies e carreiras diferentes. Mas todas as pessoas, independente de cor, status ou religião, gostam de sons- a menos que não possam apreciá-los por causa de alguma deficiência. 
    Qualquer estilo: rock, pop, samba, merengue, clássicas, eletrônicas, ou outras. Todos têm seus adeptos, que se alegram ao ouvir suas músicas favoritas. A maioria dos filmes, programas de TV ou rádio, e até anúncios publicitários, utilizam uma “trilha sonora”. 
    Nascemos para apreciar a música, e esta por sua vez, existe para nos agradar. Quando terminei minhas reflexões, estava chegando a casa. Entrei, liguei o som, e fui ouvir a “Senhora Música”.

~Kate

Um novo dia?


-Triiim, triiimm, triiimmm...
    Larissa bateu a mão no celular, para calar o despertador. Ainda sonolenta, olhou para a janela entreaberta, de onde entrava uma fresta de luz. Estava amanhecendo, já era hora de acordar. Fitando o teto branco, ela ficou pensando na injustiça da vida. A sua rotina não lhe permitia dez minutos a mais de sono. Poucos minutos depois já estaria pronta, correndo para o terminal, torcendo para chegar a tempo para pegar o ônibus das 6 horas.
  Ela ficou ali, pensando no tumulto para entrar na lotação, nos riscos que corria todos os dias. Além disso, em poucas horas estaria no trabalho, outra tribulação. O chefe incompreensivo que exigia metas inalcançáveis, o colega que competia freneticamente com ela, para receber reconhecimento. Tudo isso era repetido dia por dia, semana por semana, um cansaço sem fim.
  Ela não merecia aquilo: acordar às cinco e vinte da manhã e deitar-se novamente à meia- noite. Um dia conseguiria uma casa boa, perto de um ótimo trabalho, chegar cedo em casa e finalmente descansar. Era isso que pensava naquele momento.

   Olhou novamente para a janela e percebeu que o clarão aumentara. Olhou para o relógio e no visor estava um motivo para desespero: 5h 45min. Estava completamente atrasada. Larissa pulou da cama e mal arrumou o cabelo, lavou o rosto, pensou novamente no que a esperava e disse: “Lá vou eu, para um novo dia!”.

~Kate

Cores da Escrita- Quem somos?

Cores da Escrita. No nosso dia a dia nos acostumamos com várias cores, milhares de nuances. Da mesma maneira, recolhemos histórias, passagens, algumas escritas, outras faladas, e ainda existem aquelas que são apenas vistas. São tantos tons, diversas intensidades e gêneros, que podem ser comparadas a cores. Pensando nisso, resolvemos criar esse blog, com esse nome, para passar as histórias que vemos, ouvimos ou sentimos, e deixá-las em um lugar especial. Esse espaço vai ser dedicado à crônicas, contos, e histórias em geral, contadas de diversas formas.
~Kate (a mesma do castelo de areia)